OS OLHOS DE NARA LEÃO

(Crédito: Priscila Prade)


Nara Leão é um ícone para se entender a música, a cultura e a sociedade brasileira dos anos 60, 70 e 80. Suas atitudes pioneiras e revolucionárias se refletem em um repertório absolutamente singular e marcam uma trajetória que reverbera mesmo após três décadas e meia de sua partida.

“Os Olhos De Nara Leão”, montagem que estreia dia 10 de outubro, no Teatro Renaissance, é fruto do arrebatamento causado pela cantora em Zeze Polessa, que partilha o desejo de revivê-la nos palcos tendo ao seu lado, na autoria e direção do espetáculo, o amigo Miguel Falabella, parceiro em uma série de projetos teatrais. A peça chega a São Paulo, após exatos 60 anos do lançamento do álbum do ‘Show Opinião’, considerado, pela crítica especializada, um marco na história cultural brasileira.

Zeze Polessa cresceu ouvindo e acompanhando a carreira de Nara através dos discos e os muitos sucessos apresentados em festivais na TV. Durante a pandemia, ao ler uma biografia da cantora, enfileirou uma série de entrevistas e livros sobre o período, quando, intuitivamente, começou ali a fazer uma pesquisa daquela que seria a sua próxima personagem. Existe muita documentação impressa da vida e obra de Nara Leão.

Ao falar sobre a vontade de interpretar Nara, em uma conversa informal com Miguel Falabella, ele de imediato desejou criar o texto e, ainda no período pandêmico, a primeira versão do espetáculo começava a ganhar forma.


No espetáculo, Nara está em cena, como se estivesse vindo de algum lugar do futuro – ou do passado – para compartilhar com o público algumas lembranças e reflexões. Através de um grande fluxo de consciência, o texto relembra momentos e canções da cantora sem preocupação com cronologias, datas ou qualquer outra formalidade, bem no estilo Nara, uma intérprete que sempre foi ‘fora da caixa, que permitia-se liberdades como artista e como mulher.

Ao se apresentar, ela logo diz que está de volta graças ao privilégio do teatro. Eu não procuro imitar o seu jeito de falar ou cantar, existe uma liberdade em todo este processo, não poderia ser diferente com alguém que sempre foi tão livre’, reflete Zeze, que interpreta ao vivo alguns dos muitos sucessos da intérprete, como A Banda”, “Diz Que Fui Por Aí“, “Corcovado”, “Marcha Da Quarta-Feira De Cinzas”, “Opinião”, “Acender As Velas” e tantos outros.

Com direção musical de Josimar Carneiro, cenário de Marco Lima e iluminação de Cesar Pivetti, o espetáculo perpassa os diversos estilos e movimentos dos quais Nara participou. Em constante mutação, ela nunca se deixou rotular ou ficar presa a um determinado gênero: esteve no coração do nascimento da Bossa Nova, flertou com o Tropicalismo, participou dos festivais da canção, protagonizou o lendário show ‘Opinião’, com João do Vale e Zé Ketti (e foi quem escolheu a estreante Maria Bethânia para substituí-la), resgatou antigos compositores, cantou samba-canção, músicas de protesto, rock’n’roll e Jovem Guarda. A liberdade e a inquietação de Nara se refletiam, sem amarras, na sua criação artística.

No palco, as canções surgem para pontuar alguns dos momentos de uma vida que se confunde com a história do Brasil daquela época. Ao longo das cenas, alguns temas vêm à tona, como a repressão sofrida no período da ditadura militar, o exílio, o avanço do debate feminista, a revolução comportamental das décadas de 60 e 70, a maternidade, os célebres casos de amor e as demais paixões da cantora.

Não é a primeira vez que Zeze vai cantar em cena. Sua trajetória foi pontuada por alguns musicais, “Noel Rosa” de Domingos de Oliveira, “Receita de Vinicius”, foi protagonista em uma versão de “A Noviça Rebelde”, em montagem inovadora.

As canções de Nara me acompanham há muito tempo, eu já sabia as letras de uma boa parte do repertório e agora o desafio foi justamente selecionar quais as músicas que entrariam na peça, já que ela produziu muito ao longo da vida e gravou sempre canções muito pertinentes e necessárias”, conta a atriz.


Zezé Polessa e Miguel Falabella se conhecem desde os anos 70 e já dividiram o palco diversas vezes. Trabalharam juntos em montagens como “Mephisto”, “O Submarino”, “Florbela Espanca – A Bela do Alentejo” e mais recentemente em “A Mentira” e “Os Monólogos da Vagina”. A longa parceria artística se reflete na sintonia entre atriz e diretor neste novo trabalho.

Ao longo de toda a sua trajetória, Nara assumiu um compromisso intenso com a liberdade e se eternizou como uma das grandes personalidades brasileiras do século passado. Zeze Polessa revive agora o mito desta mulher pioneira, que marcou época, quebrou tabus, lançou modas e esteve no centro de movimentos como a Bossa Nova, o Tropicalismo, os grandes festivais, o resgate do samba e as canções de protesto durante a ditadura militar.

Os Olhos de Nara Leão
de Miguel Falabella
com Zeze Polessa

Músicos (estúdio):
Bateria e Percussão – André Boxexa
Piano e Acordeon – Antônio Guerra
Violão – Josimar Carneiro
Contrabaixo – Pedro Aune
Saxofone, Clarinete e Clarone – Rui Alvim

Assistente de Direção – Erica Montanheiro
Direção Musical, Arranjos e Produção Musical – Josimar Carneiro
Cenografia: Marco Lima
Desenho de Luz – Cesar Pivetti
Desenho de Som – Arthur Ferreira e João Gabriel Mattos
Figurino – Nathália Duran
Visagismo – Marcelo Dias
Preparadora Vocal – Mariana Baltar
Camareira – Maninha Xica
Operador de Luz – Lucas Leicam
Operação de Som – João Gabriel Mattos
Diretor de Palco e Microfonista – Douglas Fernandes

Comunicação:
Gerente de Comunicação, Design e Mídias Digitais – Gigi Prade
Performance e Pesquisa de Conteúdo – Leila Guimarães
Concepção Visual – Kelson Spalato
Fotógrafa – Priscila Prade
Audiovisuais – Gatu Filmes
Assessoria de Imprensa – Liège Monteiro e Luiz Fernando Coutinho

Brica Braque Produções e MJC Polessa:
Direção de Produção – Priscila Prade
Produção Executiva – Fernando Trauer
Produção – Dani Agarelli
Assessoria Jurídica – Andrea Francez
Administração – Kelly Marietto
Idealização – Zeze Polessa
Realização – Brica Braque Produções Polessa Produções

TEMPORADA: De 10 de outubro a 21 de dezembro de 2025
LOCAL: Teatro Renaissance – Alameda Santos, nº 2.233, Jd. Paulista, São Paulo – SP
DIAS e HORÁRIOS: Sex às 21h | Sáb às 19h | Dom às 17h
DURAÇÃO: 80 minutos
CLASSIFICAÇÃO: Livre
INSTAGRAM: @osolhosdenaraleao | @bricabraqueproducoes

VENDAS (on-line com taxa): sampaingressos/naraleao
Plateia – R$ 150 (inteira) + R$ 33 (taxa) | R$ 75 (meia-entrada / fidelidade*) + R$ 16,50 (taxa)
*No dia do espetáculo deverá apresentar o ingresso do último espetáculo que assistiu no Teatro Renaissance (até 3 meses de validade)
VENDAS (presencial sem taxa): Funcionamento de sexta a domingo, das 14h até o horário do espetáculo | Bilheteria: (11) 3069-2286 / WhatsApp: (11) 99738-1234

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