MUSEU NACIONAL [todas as vozes do fogo]

(Crédito: Annelize Tozetto)

ESPETÁCULO INÉDITO MARCA OS DEZ ANOS DA CIA. BARCA DOS CORAÇÕES PARTIDOS
Com texto e direção de Vinicius Calderoni e direção musical Alfredo Del-Penho e Beto Lemos, musical estreia no SESC Vila Mariana

Destruído por um incêndio de grandes proporções em setembro de 2018, ano de seu bicentenário, o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, perdeu grande parte do seu impressionante acervo de cerca de 20 milhões de itens. A tragédia – em todo o seu valor real e simbólico –, foi o ponto de partida para a criação do espetáculo inédito, com texto e músicas originais, Museu Nacional [todas as vozes do fogo], escrito e dirigido por Vinicius Calderoni e com direção musical de Alfredo Del-Penho e Beto Lemos. O musical estreia na mesma época em que o Museu dá os primeiros sinais de sua recuperação ao reinaugurar sua fachada e jardins e marca também os dez anos da premiada Cia Barca dos Corações Partidos e os 30 anos da Sarau Cultura Brasileira, parceira do grupo em toda a sua trajetória, dirigida pela produtora artística Andréa Alves. A estreia nacional acontece em 14 de outubro, no SESC Vila Mariana, em São Paulo, onde fica em cartaz até o dia 29 de outubro e conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, através da Lei de Incentivo à Cultura, e o apoio do SESC São Paulo.

As comemorações pelos dez anos da Cia Barca dos Corações Partidos incluem uma programação especial em outubro e novembro, com exibição do documentário inédito Ó o Auê aí Ó e espetáculos do grupo na plataforma do #CulturaEmCasa e canal do YouTube da Barca (programação completa no final da página).

“Entendo esse espetáculo como a conclusão de uma trilogia não planejada com a Sarau. Escrevi Elza, a história de uma pessoa; depois escrevi e dirigi Sísifo, a recriação livre de um mito, e agora, em Museu Nacional [todos as vozes do fogo], falo sobre a história de um lugar, que representa a fundação de um país e abrigou uma série de eventos históricos: foi a casa do Império; foi onde Leopoldina assinou a declaração de independência do Brasil; onde foi assinada a primeira Constituição do país; onde se deu o início da República; e originalmente foi a casa de um mercador de escravizados. E ao mesmo tempo é esse lugar que passou a reunir um patrimônio gigantesco, que encerra todas essas contradições. Por isso o incêndio de uma maneira é o fim de uma ideia de Brasil. Tem essa carga simbólica”, analisa Vinicius Calderoni.

Todas as Vozes do Fogo é um estudo de como um país cultiva, armazena e conserva sua memória – e todas as suas implicações simbólicas e concretas. É um mergulho imaginativo e lírico em múltiplas camadas de passado para pensar de maneira urgente nosso presente imediato e o futuro que estamos construindo”, resume Andréa Alves, diretora de produção e idealizadora do espetáculo.

Em meio aos escombros do museu, peças do acervo estão sendo resgatadas e recuperadas, em um longo e minucioso processo. Uma das mais emblemáticas é o esqueleto humano de mais de 11 mil anos descoberto em Lagoa Santa (MG), em 1975. O mais antigo remanescente humano encontrado no país – a mulher de traços afro-indígenas batizada de Luzia –, cujo crânio resistiu ao incêndio no Museu, ganha vida e assume o papel de narradora atemporal do espetáculo, criando pontes entre diferentes momentos da história, na pele da atriz Ana Carbatti. Luzia, ela própria uma ‘sobrevivente’ do incêndio, faz uma espécie de visita guiada pelo edifício interditado pelo fogo, pelos setores do museu e suas peças, no primeiro dos três atos do espetáculo. No segundo ato, os limites do prédio são extrapolados e o Museu Nacional se transforma em uma metáfora da memória do Brasil, começando pela origem escravocrata, as oligarquias brancas, os povos originários e os povos negros. O terceiro e último ato trata do momento atual, a devastação do museu e do próprio país, de forma mais sóbria e realista.

Cada ato tem vetores de linguagem bem distintos: o primeiro mais lírico, o segundo com um tom mais paródico, cáustico, e o terceiro mais realista, sóbrio, sem artifícios. Não há personagens fixos e o elenco se alterna em dezenas de personagens, sejam pessoas ou objetos. E a música ajuda a amalgamar esses três momentos, criando uma unidade para essas intensidades tão diferentes”, detalha Calderoni.

As cerca de 20 canções inéditas do espetáculo passeiam por diversos ritmos brasileiros e foram compostas por Alfredo Del-Penho e Beto Lemos – que assinam a direção musical – por Vinicius Calderoni e pelos atores, músicos e compositores Adrén AlvesLucas dos Prazeres e Ricca Barros e são cantadas e tocadas por todo o elenco. Além de cinco integrantes da Barca – os atores e multi-instrumentistas Adrén AlvesAlfredo Del-PenhoBeto LemosEduardo Rios e Ricca Barros – o musical conta com mais sete artistas convidados: Adassa MartinsAline GonçalvesAna CarbattiFelipe FrazãoLucas dos PrazeresLuiza Loroza e Rosa Peixoto.

Cia Barca dos Corações Partidos, criação e interpretação

A Barca dos Corações Partidos – nasceu em 2012, no espetáculo Gonzagão – A lenda. Ao longo desses anos, levou mais de 700 mil espectadores a teatros de todo o Brasil, praças públicas e ao palco digital. Ao lado da produtora artística e idealizadora Andréa Alves, apresenta aqui seu sétimo espetáculo, selando cada vez mais uma digital de originalidade na dramaturgia do texto e nas músicas. Em 2014, o espetáculo Gonzagão – A lenda foi o convidado especial da abertura do Festival Ibero-americano de Teatro de Bogotá́ (Colômbia). Composta por seis atores-bailarinos e multi-instrumentistas, a formação híbrida de seus integrantes dá o tom do grupo. Seus espetáculos são prestigiados por críticos como Mauro Ferreira e Zuza Homem de Mello e já contaram com a participação de criadores como João Falcão, Duda Maia, Luiz Carlos Vasconcellos, Bia Lessa, Chico César e Bráulio Tavares.

FICHA TÉCNICA
ELENCO

Adassa Martins
Adrén Alves
Alfredo Del-Penho
Aline Gonçalves
Ana Carbatti
Beto Lemos
Eduardo Rios
Felipe Frazão
Lucas dos Prazeres
Luiza Loroza
Rosa Peixoto
Ricca Barros

CRIATIVOS

Criação: Barca dos Corações Partidos e Vinicius Calderoni
Texto e direção: Vinicius Calderoni
Com a Cia Barca dos Corações Partidos  Adrén Alves, Alfredo Del-PenhoBeto LemosEduardo Rios e Ricca Barros
E os artistas convidados: Adassa MartinsAline GonçalvesAna CarbattiFelipe FrazãoLucas dos PrazeresLuiza Loroza e Rosa Peixoto
Direção musical: Alfredo Del-Penho e Beto Lemos
Música original:  Adrén AlvesAlfredo Del-PenhoBeto LemosLucas dos PrazeresRicca Barros e Vinicius Calderoni
Direção de produção e idealização: Andréa Alves
Direção de movimento e coreografia: Fabricio Licursi
Cenografia: André Cortez
Figurino: Kika Lopes e Rocio Moure
Iluminação: Wagner Antônio
Diretora assistente: Leticia Medella
Desenho de som: André Breda e Gabriel D’Angelo
Coordenação de produção: Rafael Lydio
Produção executiva: Rafael Fernandes
Instagram: @barcadoscoracoespartidos

SERVIÇO

TEMPORADA: De 14 a 29 de outubro de 2022
LOCAL: SESC Vila Mariana – R. Pelotas, 141, Vila Mariana / SP | Capacidade: 620 lugares
DIAS e HORÁRIOS: Qui, Sex e Sáb às 21h | Dom às 18h
Tel: (11) 5080-3000
DURAÇÃO: 120 min
CLASSIFICAÇÃO: 12 anos
*Todas as sessões serão acessíveis, com interpretação em Libras e audiodescrição

VENDAS (on-line): sescsp.org.br
VENDAS (física): nas unidades do Sesc em todo o Estado de SP
VALORES: R$40 (inteira), R$20 (meia) e R$12 (credencial plena)

BARCA 10 ANOS – PROGRAMAÇÃO

#CulturaEmCasa – plataforma (clique aqui) + YouTube Barca (clique aqui)

1º FINAL DE SEMANA | AUÊ
15.10 às 18h – Documentário Ó o Auê Aí Ó (ficará on demand)
16.10 às 18h – espetáculo AUÊ no #CulturaEmCasa + YT Barca

2º FINAL DE SEMANA | JACKSONS DO PANDEIRO
De 20 a 23.10 às 18h – espetáculo no #CulturaEmCasa + YT Barca

3º FINAL DE SEMANA | JACKSONS DO PANDEIRO
De 27 a 30.10 às 18h – espetáculo no #CulturaEmCasa + YT Barca

4º FINAL DE SEMANA | DESANCORA
De 04 a 06.11 às 20h – espetáculo no #CulturaEmCasa + YT Barca

5º FINAL DE SEMANA | MUSEU
12.11 às 20h – espetáculo no #CulturaEmCasa + YT Barca

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