SEU NEYLA

(Crédito: Bernardo Cartolano)

NEY LATORRACA COMEMORA 60 ANOS DE CARREIRA UTILIZANDO UMA TECNOLOGIA INÉDITA NO TEATRO BRASILEIRO
A comédia musical “SEU NEYLA”, de Heloísa Périssé com direção de José Possi Neto, reúne o mundo digital e o teatro, em tempo real


Pela primeira vez no Brasil, um espetáculo acontecerá com a participação do protagonista, ao vivo, direto de sua residência, contracenando com os atores que estarão no palco do teatro FAAP, em São Paulo, a partir de 09 de setembro. SEU NEYLA” conta a história de quatro atores e um diretor, que ensaiam um espetáculo sobre a trajetória artística de um dos maiores ícones da cena brasileira. A dramaturgia incorpora a realidade.

Pandemia da Covid 19, lockdown e os espaços culturais são os primeiros a fechar. Tempos depois, os teatros reabrem e o homenageado não chega para o recomeço dos ensaios. Em um grande telão de led – 5 metros de altura por 2,5 de largura -, digitalmente, em tempo real, direto de sua casa, no palco, chega o protagonista: NEY LATORRACA.

O mais importante como conteúdo desse trabalho é o mergulho na memória nacional e cultural que, principalmente, as novas gerações não têm. A gente brinca, no texto, que o Brasil sofre de Alzheimer cultural. Esse passear pela memória da formação do artista brasileiro, do profissional do teatro, cinema e televisão, tem um sabor de abrir baú”, declara o diretor José Possi Neto, que colaborou com Aloísio de Abreu, no texto de Heloísa Périssé.

Diretor e ator se conhecem há meio século, mas pela primeira vez trabalham juntos. “Ney cursava, em 1969, o último ano da Escola de Arte Dramática, em São Paulo. Na época, eu fazia o terceiro ano da Escola de Comunicação e Artes da USP. Somos contemporâneos”, detalha Possi.

O Ney é uma figura espetacular. Brinco que o segundo nome dele é gratidão. Sempre há uma história profunda com todas as pessoas que cruzam o caminho dele. A peça conta como os pais se conheceram, até o Ney se transformar nessa grande referência da nossa arte”, revela a autora Heloísa Périssé sobre a emoção de escrever sobre seu ídolo.

O pai era crooner e a mãe trabalhava no cassino da Urca. De família simples e humilde, o pequeno Ney, durante as noites, ficava sozinho, em silêncio, pois as pensões em que Dona Nena e Seu Alfredo Latorraca moravam não aceitavam crianças. Não podendo fazer barulho e nem brincar sua mãe falava: “Sonha meu filho. Porque é na mente que as coisas acontecem”. Desta maneira, desde a infância, o sonho, a arte e o teatro sempre estiveram presentes na trajetória de Latorraca. Ney é um ator de todas as linguagens da interpretação: cinema, televisão e teatro.

Escrevi sobre a personalidade, o humor exagerado, mas que no fundo todo mundo acaba se identificando com aquelas tintas fortes, porque ele é um ator muito visceral, muito verdadeiro. Vivemos impregnados de Ney, nos tornamos um pouco Neyla. Ele é assim, como um bom perfume. Chega e toma conta”, define Heloísa.

A ideia do projeto partiu da diretora artística Aniela Jordan. “Tudo que o Ney conta fica interessante, instigante e muito divertido. Convidei o Possi para ser o diretor, que, no final, também participou da dramaturgia. Chamei a Heloísa para ser a autora. E o Aloísio para colaborar com o texto e estar no elenco”, conta a produtora. O elenco de SEU NEYLA é formado por Aloísio de Abreu – que interpreta o diretor “Stan” – e mais quatro atores: Helga Nemetik, Thainá Gallo, Bruno Fraga e Pedro Henrique Lopes, além do próprio Ney. “Colaborei no texto, interpreto o Stan e personagens episódicos. O diretor é justamente quem faz a interface entre o Ney e o espetáculo. É criada uma dinâmica com a interação do diretor e os outros atores.”, conta Aloísio de Abreu.

A cenógrafa Natália Lana detalha seu trabalho introduzindo a tecnologia no espetáculo: “No centro do palco, um grande telão, por onde o Ney vai aparecer de sua casa. Então, em um fundo preto, mesclamos elementos tradicionais do teatro, como as marcações no piso do palco e as cortinas. Realço a tecnologia usada no espetáculo, com um teto de led programável. O cenário da casa do Ney será um fundo de Chroma Key, onde podem ser feitas várias inserções gráficas. Trabalhamos com inovação virtual, aumentando as possibilidades e descobrindo vários desafios”.

A iluminação é basicamente definida pela busca por revelar e isolar momentos da vida do personagem, realismo e sonhos. Os atores devem manipular tripés, garras sanfonadas e outros elementos presentes na vida artística do Ney. “Em momentos de música teremos o descolamento total da realidade onde imagino traçar paralelos com a direção e cenografia para criar um ambiente de fantasia comum ao musical, com cores e efeitos”, revela o iluminador Felício Mafra, mais conhecido como Russinho. 

São 13 números musicais, sendo uma das canções inédita e composta por mim e pela Heloísa Périssé. No geral, as músicas vão do romance ao humor. São músicas antigas da carreira do Ney, com arranjos modernos”, conta o diretor musical Tony Lucchesi.

Todas as músicas ganham uma nova roupagem. Também haverá canções atuais e divertidas, como o arrocha “O Médico Chegou”. “Meu Mundo Caiu”, em um medley com “Triste com Tesão”, de Pabllo Vittar. Esse será o universo musical de SEU NEYLA. A coreografia e direção de movimento do espetáculo são de Ciça Simões, “a gente brinca que precisa de movimentos, coreografias e direção de movimento. Quando eu tenho o número completo, em que a música inteira é cantada, como no caso de ‘Lacinhos Cor de Rosa’ ou ‘Sucesso Aqui Vou Eu’, aí a música é coreografada do início ao fim”.

O figurino tem como conceito o mundo teatral, com a sofisticação de uma alfaiataria desconstruída. A gente trabalha com sustentabilidade, entendendo esse universo do vestuário sendo transformado e contado de outra forma”, descreve a figurinista Karen Brusttolin.

Amigos, parentes e profissionais que marcaram a trajetória pessoal e carreira do homenageado ganham vida e figurino no espetáculo: Walmor Chagas, Tia Néia, Marília Pêra, Jandira Martini, Lauro César Muniz, Maria Della Costa, entre outros. “Sutileza, realidade e um pouco de surrealismo. As figuras importantes serão amplificadas como em um sonho e as outras figuras, mais próximas, minimizadas, mais intimistas. Tem muita veia teatral nesse figurino”, finaliza Karen.

FICHA TÉCNICA

ELENCO
Ney Latorraca
Aloísio de Abreu
Helga Nemetik
Thainá Gallo
Bruno Fraga
Pedro Henrique Lopes

CRIATIVOS
Idealização: Aniela Jordan
Texto: Heloísa Périssé, com a colaboração de Aloísio de Abreu e José Possi Neto
Direção: José Possi Neto
Direção musical e arranjos: Tony Lucchesi
Direção de movimento e coreografia: Ciça Simões
Cenografia: Natália Lana
Videografia: Plínio Pietro
Figurino: Karen Brusttolin
Desenho de luz: Felício Mafra (Russinho)
Desenho de som: Gabriel D’Angelo
Assistente de direção: Lurryan Nascimento
2ª Assistente de Direção: Theo França
Cenotécnico: André Salles
Cenógrafo assistente: Victor Aragão
Assistente de figurino: Rhenan Queiroz
Pianista ensaiador: Caio Pinheiro 
Produção: Aventura
Assessoria de Imprensa: Morente Forte Comunicação 
Programa digital: baixe aqui
Instagram: @seuneyla_

SERVIÇO

TEMPORADA: De 09 a 25 de setembro de 2022
LOCAL: Teatro FAAP – R. Alagoas, 903, Higienópolis – SP
DIAS e HORÁRIOS: Sex às 21h | Sáb às 17h e 21h | Dom às 17h

VENDAS (on-line com taxa): teatrofaap.showare.com.br
VALORES:
Plateia –
R$ 180 (inteira) + R$ 27 (taxa) | R$ 90 (meia-entrada) + R$ R$ 13,50 (taxa)
Mezanino – R$ 50 (inteira) + R$ 7,50 (taxa) | R$ 25 (meia-entrada) + R$ R$ 3,75 (taxa)

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